terça-feira, 24 de agosto de 2010

As arquibancadas pedem liberdade

[Deixem os paulistas torcerem!] - TEXTO DO LANCE.

Faltava mais de uma hora para começar Vasco x Fluminense domingo e a festa que as duas torcidas faziam no Maracanã já tinha valido o ingresso. Linda… papel picado, bandeiras de todos os tamanhos, cantos de amor aos clube e não ódio ao adversário, coreografias, fileiras de bexigas formando as cores dos times… enfim, que festa!

Perto dos 30 minutos do segundo tempo Deco se preparava para entrar em campo. Parado na linha lateral, ele olhou o espetáculo incrível da massa e entrou como que em êxtase. Por uns instantes, admirou o que estava vendo. Esqueceu até de tirar o colete.

Foram mais de 80 mil presentes no último jogo no Maracanã.

E que diferença no Pacaembu, que viu um inspirado Corinthians estraçalhar um morto São Paulo: pouco mais de 28 mil presentes. Nenhuma bandeira com mastro, uma festa opaca.

A torcida do Corinthians é menos animada do que a de Vasco e Fluminense? Claro que não. Mas algumas leis ridículas em vigor em São Paulo tiram o brilho das festas nas arquibancadas.

Impedir bandeiras com mastro porque o objeto pode ser usado como arma pelos torcedores segue a mesma lógica de tirar o armário do quarto para afastar o Ricardão: simplesmente não ataca a causa dos problemas.

O fim de semana foi tenso no Rio, com bandidos invadindo hotel de luxo. Mas no Maracanã o que se viu foi a alegria do carioca, mestre em saber se divertir.

Já em São Paulo o que se viu foi uma festa tímida, muito tímida para a força do futebol paulista e do Estado.

Está na hora de os paulistas voltarem a poder torcer com alegria, como sabem fazer muito bem. Punição para arruaceiros, proteção a quem quer se divertir.

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ando tão ........... tão: Desencantado.
Pois nem acho inspiração, nem mesmo indgnação para escrever.
Todas as causas, muitos assuntos, todos sem sal ou açucar, é o preço por algum dia querer ter entendido a minuciosa relação de coisas ou de mim mesmo. Acaba assim. Mas do fundo do coração espero que não tenha acabado. Mas afirmo fuço, dentro de mim e não acho, obviamente se torna incerto meu trilho e injusto minha viagem. O homem precisa de um motivo para lutar, senão nunca será um cavaleiro herói. Utopia.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Dizem, em tempos de futebol moderno, o antigo "dote", prevalece.

Presidente do Clube dos 13 desde 1996, o gaúcho Fabio Koff seguirá no comando da entidade pelos próximos três anos. O resultado da eleição ocorrida no início da tarde desta segunda-feira, em São Paulo, apontou vitória de Koff sobre o candidato da oposição Kléber Leite por 12 votos a 8.

Os representantes de Flamengo, São Paulo, Palmeiras, Fluminense, Atlético-MG, Atlético-PR, Sport, Grêmio, Internacional, Guarani, Bahia e Portuguesa votaram em Koff. Já os de Corinthians, Santos, Cruzeiro, Botafogo, Goiás, Vitória, Vasco e Coritiba deram seus votos a Kléber Leite.

Com a vitória de Koff, assumem cargos na principal instituição de clubes de futebol do Brasil os seguintes dirigentes: Juvenal Juvêncio (São Paulo) como primeiro vice, Patrícia Amorim (Flamengo) como segundo vice, Vitório Píffero (Internacional) como terceiro vice e Marcos Mallucelli (Atlético-PR) como quarto vice.

Além disso, ocuparão cargos no conselho fiscal Alexandre Kalil (Altético-MG), Manuel Da Lupa (Portuguesa), Marcelo Guimarães (Bahia) e Silvio Guimarães (Sport). Por fim, o conselho de ética da entidade terá Leonel Martins (Guarani), Roberto Horcades (Fluminense), Luiz Gonzaga Belluzzo (Palmeiras) e Duda Kroeff (Grêmio).

A vitória de Fábio Koff no Clube dos 13 representa uma derrota também para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), uma vez que seu presidente Ricardo Teixeira teria dado apoio irrestrito, nos bastidores, à chapa de Kléber Leite.

A chapa de Leite era composta por Andrés Sanchez (Corinthians), Mauricio Assumpção (Botafogo), Syd de Oliveira (Goiás) e Vilson Ribeiro de Andrade (Coritiba), pela ordem os quatro candidatos a vice-presidente. Além destes, Vasco, Cruzeiro e Santos também apoiavam o ex-presidente flamenguista. Dos clubes que compõem a entidade, apenas o Vitória-BA não havia declarado apoio antes da eleição.

O Clube dos 13 é o responsável por negociar os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. O valor atual do contrato de R$ 1,6 bilhão, válido pelo triênio 2009, 2010 e 2011 com a Rede Globo, será facilmente superado no próximo acordo.

Terra

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Audiência pública debate liberação das bandeiras nos estádios


A Comissão de Esportes e Turismo reuniu-se nesta quarta-feira, 7/4, para debater medidas que disciplinem a ocupação de lugares nos ginásios, estádios e praças de esporte; permissão e restrição de uso de materiais e equipamentos esportivos, com destaque para a entrada de torcidas organizadas portando bandeiras com suporte de bambu e/ou similares nos estádios de futebol. O tema é alvo do Projeto de lei 204/2010, de autoria do deputado Vicente Cândido (PT), que presidiu a reunião e enfatizou a importância de a Casa discutir o projeto que visa facilitar a vida do torcedor.
Com a presença de torcedores de grandes clubes como Santos, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Ponte Preta, Rogério Caboclo, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, afirmou que a presença de bandeiras e bebidas alcoólicas nos estádios não gera violência e que esta é provocada por pessoas de má índole que já vão assistir aos jogos pré dispostas a criar tumulto. "Caso as bandeiras voltem aos estádios, será um grande avanço para o futebol no Estado de São Paulo".
Vários parlamentares participaram do debate e manifestaram suas opiniões. Apoiando o projeto, Jorge Caruso (PMDB) afirmou que os mastros das bandeiras devem ser liberados de forma progressiva, aumentando a confiabilidade no torcedor, uma vez que a violência não pode ser estereotipada por bandeiras nos estádios. "A população e a imprensa precisam desassociar os incidentes nos estádios do lindo espetáculo que as torcidas organizadas fazem com as bandeiras".
Roberto Felício (PT) disse que as regras existentes devem passar por reformulações para uma nova política nos estádios, que contemple lugares demarcados para os torcedores, liberação de bebidas alcoólicas no interior dos estádios e, principalmente, a liberação das bandeiras com mastros, pois "são esses artefatos que enriquecem a festa".
Conte Lopes (PTB) informou que o Batalhão de Choque da Polícia Militar é contra a permissão da entrada de bandeiras nos estádios, pois considera que esses instrumentos induzem a violência. "O objetivo da PM é garantir a segurança e não se colocar a favor ou contra o projeto de lei".
"Não podemos ficar ao lado dos interesses da televisão", afirmou Pedro Bigardi (PCdoB) lembrando que as empresas de televisão visam só o lado financeiro, deixando de lado a segurança e o conforto do torcedor.
Maria Lúcia Prandi (PT) afirmou que é preciso a organização da sociedade em qualquer evento, não apenas no futebol. "Com proibição não se educa nem se garante a paz".
Luciano Batista (PSB) afirmou que a presença das bandeiras é saudável para o futebol, mas alertou os torcedores com relação ao estatuto do torcedor, pois é preciso estar a par das leis para se conhecer os próprios direitos. O parlamentar disse ainda que até hoje não há provas de que o mastro é um objeto de agressão e que os torcedores devem encaminhar sugestões para aperfeiçoar o projeto de lei.
Enio Tatto (PT) pediu que a Federação Paulista de Futebol se aproxime mais do torcedor, colocando-os a par de decisões.

Fonte: al.sp.gov

terça-feira, 6 de abril de 2010

Torcedor toma chuva na bancada, enquanto isso na sala de "justiça" ........

fabiokoff1 Clube dos 13, eleições.

O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, antecipou para o próximo dia 12 de abril a próxima eleição para a presidência da entidade, inicialmente prevista para o fim de novembro. Com isso, reduz em quase 95% o tempo para que seu adversário, Kléber Leite, tente desfazer a desvantagem eleitoral que enfrenta.

A antecipação da eleição foi motivada pela entrada do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no grupo de apoio a Kléber. Alguns presidentes de clube disseram estar sofrendo pressão para aderir ao empresário carioca. Para evitar a manobra, Koff reuniu as assinaturas de 16 dos 20 clubes sócios da entidade - só ficaram de fora Cruzeiro e Vasco (com Kléber), Corinthians (indeciso) e Santos - e, nesta segunda-feira, baixou o edital de convocação das eleições.

 - Poucas são as palavras. Somente chamo o apelo para que classe torcedora e organizada deste país, acompanhe mais de junto a discussões políticas de seus clubes e dirigentes, pois essas determinam fulminante sanções impostas a todos nós. O modo de torcer e se organizar evoluiu. Tudo evoluiu: o número de associados, a quantidade de bandeirões e patrimônios em nossas sedes, a presença de diversas classes. Que também sejam progressivas nossas maneiras de fiscalizações e questionamentos. Pois tudo evoluiu, o valor dos ingressos, o descaso com o torcedor, o acordo político entres as federações brasileiras e a blindagem de cartolas e interesses, como neste caso acima.

 

domingo, 4 de abril de 2010

TORCIDA "DEFIEL"

Trata-se de torcedores cadeirantes presentes em todos os jogos do Corinthians. Do mesmo modo que os torcedores do CORINTHIANS, passam por todas as dificuldades para verem o CORINTHIANS jogar, nós também fazemos.

Jogos do CORINTHIANS sem dúvida precisa de todas as organizadas presentes.

Queremos o apoio de todas as Organizadas já existentes. Para darmos continuidade nessa nova torcida que em breve levarão faixas, camisetas, bandeiras aos jogos.

Todos são bem vindos. A única exigência é ser corintiano.

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=100237750&tid=5456013658966512079&start=1

Fundação: 01.04.10 com vitória na Libertadores.

terça-feira, 30 de março de 2010

Como a CBF, a FPF tem seu "Rei"


O presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, foi reeleito nesta segunda-feira para mais quatro anos de mandato à frente da entidade responsável pela organização do futebol no estado de São Paulo, em eleição realizada na sede da entidade.

A escolha aconteceu após o presidente do Bragantino, Marco Antônio Nassif Abi Chedid, sugerir a todos os dirigentes de clubes presentes que indicassem, por unanimidade, a reeleição de Marco Polo. De todos os clubes das Séries A1 e A2 do Campeonato Paulista, apenas o São Paulo não esteve representado por ninguém.

- Eu senti falta do São Paulo. É um grande clube e, por sua importância, era necessária a sua presença aqui - disse Del Nero.

Já o presidente santista, Luis Álvaro Ribeiro, enalteceu a gestão de Marco Polo no comando da FPF.

- O Santos está muito feliz com a reeleição do Marco Polo Del Nero, pois o Campeonato Paulista é um exemplo de organização e de qualidade - afirmou o mandatário.

Entre os presentes, também estava o ex-dirigente do Flamengo, Kléber Leite, candidato da oposição para a presidência do Clubes dos 13 e que tem apoio de Marco Polo para o cargo.

Apesar dos elogios à organização do futebol paulista, Marco Polo Del Nero, que está desde 2003 no cargo, já teve problemas sérios envolvendo a entidade. Por dois anos seguidos (2009 e 2010), o Ministério Público vetou os estádios do Campeonato Paulista a pouco tempo para o início da competição, além de conflitos com clubes por horário de jogos e a fórmula de disputa do Paulistão, que atrai pouco público aos estádios.

Apesar de lamentar o cumprimento da corrupção e favoráveis interesses de todos os cartolas do futebol paulista, permite se louvar a atitude da diretoria são paulina, de não compactuar com o assassinato dos valores morais e éticos no futebol.


segunda-feira, 29 de março de 2010

Links

Pesquise os links neste site

http://www.fototorcida.com.br/

indicados a amantes de torcidas organizadas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Assembléia Legislativa





















24/03/2010 21h38
Audiência pública discute mudança de horário dos jogos de futebol
Maior desafio é unir diferentes interesses dos clubes, das televisões, dos patrocinadores e dos torcedores, afirma deputado
Da redação - Mariza Pauliceck e Daniel Blake





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Uma audiência pública promovida pela Comissão de Esportes e Turismo da Assembleia de São Paulo debateu, nesta quarta-feira, 24/3, medidas que disciplinam o horário das partidas oficiais de futebol e de identificação de torcedores, de que tratam os projetos de lei 106/2010, de Donisete Braga (PT), 172/2010, de Jorge Caruso (PMDB), 177/2010, de Enio Tatto (PT) e 178/2010, de Rafael Silva (PDT), que tramitam na Casa.

Audiência pública discute mudança de horário dos jogos de futebol

Compuseram a mesa dos trabalhos o presidente da comissão, deputado Vicente Cândido (PT), o secretário municipal de Esportes e Turismo, Walter Feldman; o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero; o diretor-geral da Globo Esportes, Marcelo de Campos Pinto; o diretor de planejamento do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Juca Silveira; o mediador das torcidas organizadas, Danilo Zamboni; e os deputados: Rafael Silva (PDT), Donisete Braga (PT), Enio Tatto (PT), Conte Lopes (PTB), Hélio Nishimoto (PSDB), Chico Sardelli (PV), Gilson de Souza (DEM), Luciano Batista (PSB), Pedro Bigardi (PCdoB), Marcos Martins (PT) e Jorge Caruso (PMDB).
Jorge Caruso informou que "devido ao início dos campeonatos brasileiro e paulista, toda legislação aprovada só deve entrar em vigor no próximo ano". Rafael Silva afirmou que a população deve estar sempre em primeiro lugar e que o tempo máximo para o término das partidas de futebol deve ser às 23h. Com relação aos quatro projetos apresentados, Silva defende sua junção em uma única proposta que conjugue todos os temas. Para Donisete Braga, o maior desafio está em unir os diferentes interesses dos clubes, das televisões, dos patrocinadores e dos torcedores. Braga entende que a obrigatoriedade do monitoramento dos estádios e a captação da imagem do torcedor na compra dos ingressos são indispensáveis.
Contrariamente à mudança dos horários das partidas, argumentou Marcelo de Campos Pinto, da Rede Globo, que alegou três fatores, segundo ele, desfavoráveis à alteração: atração de menor público no horário das 21h e, consequentemente, menor renda e desinteresse dos patrocinadores; diferentes fusos horários do Brasil e dos outros países que integram a Conmebol (confederação que comanda o futebol na América do Sul); e a questão tecnológica, pois não há satélites suficientes para transmitir mais de cinco ou seis jogos simultaneamente. De acordo com o diretor, é imposível transpor esses obstáculos para que haja uma alteração nos horários das partidas.
De acordo com Marco Polo Del Nero, os patrocinadores são indispensáveis aos times de futebol, citando como exemplo o trabalho que fizera com a Rede Globo e que viabilizou a transmissão de todos os jogos em diferentes horários. "O Corinthians acabou de fechar um contrato de patrocínio no valor de R$ 38 milhões, conquistado pela grande visibilidade que a televisão proporcionou", afirmou.

O torcedor

Para Enio Tatto, as colocações contrárias à mudança não passam de falácias. A preocupação é sempre com clubes, contratos e televisão, nunca com o torcedor, o que, na opinião do deputado, deve ser a prioridade. "A população deve ser ouvida e, para o conforto do torcedor, é preciso simplesmente consenso entre as partes".
Juca Silveira afirmou que a preocupação não se limita apenas ao horário dos jogos, mas abrange o trânsito, a segurança e o transporte, e que a solução ideal passaria por uma convergência de todos esses fatores.
Defendendo a posição de que os horários das partidas devem ser alterados, Wanderlei Nogueira citou os horários dos jogos na Colômbia, que ocorrem às 20h; na Bolívia, às 21h; e no México, às 19h. Questionou porque somente no Brasil as partidas ocorrem às 21h45 acarretando, segundo ele, grandes problemas aos torcedores. Considerou que a FPF não está muito preocupada com o assunto, por iniciar seu horário de expediente às 13h. Quanto aos projetos em debate, disse que irá analisá-los para que possa opinar de maneira correta a respeito de cada medida proposta. Entretanto, é possível verificar que as matérias tentam corrigir uma distorção existente. "Palavras elegantes foram ouvidas como ameaças e terrorismos, cidadania se faz com sentimento e não com números", afirmou o jornalista, que apelou aos deputados para que ouçam a população e transfiram a realização dos jogos para horário mais cedo.
O secretário Walter Feldman justificou um possível veto do prefeito Gilberto Kassab ao projeto aprovado pela Câmara Municipal, que altera o horário de realização das partidas de futebol em São Paulo. Feldman lembrou o interesse das administrações públicas em beneficiar a população em qualquer circunstância, e disse acreditar que "essa briga por 15 minutos" deva ter soluções positivas. "É preciso flexibilidade para uma solução adequada", afirmou o secretário.
O deputado Luciano Batista (PSB) considera o assunto extremamente delicado, que esconde uma "disputa por poder". Para o deputado, uma decisão importante implica mais estudos sobre o tema, e também a manifestação de especialistas no esporte.
O deputado Conte Lopes afirmou que a lei sem força é palavra vã, e que a argumentação que ouviu de todas as partes envolvidas é muito sólida. Ele defendeu ampla discussão sobre o assunto.
Representantes das torcidas organizadas dos principais clubes do Estado ocuparam o microfone e unanimemente pediram a antecipação do horário dos jogos oficiais, medidas que melhorem condições de higiene nos estádios e transportes públicos adequados aos torcedores. Não houve entre os representantes das torcidas qualquer divergência quanto às mudanças apresentadas pelos projetos.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Gatas



Cada vez mais as mulheres conquistam seu espaço nas arquibancadas e dão colorido especial ao futebol.
A voz fininha é abafada pelo coro da maioria. O uniforme, mesmo adaptado, também se mistura ao do restante. Mesmo assim, elas se destacam. Em busca de um lugar cativo na arquibancada, cada vez mais mulheres se filiam a torOcidas organizadas e não perdem uma partida. O número de sócias tem crescido e elas já conquistam o respeito dos demais associados. Bem diferente de dez anos atrás, quando Andreza Lima entrou na Gaviões da Fiel, do Corinthians. "Tive represálias na própria torcida, que era muito machista. Hoje existe um espaço para as mulheres", compara.

Na Gaviões elas representam até 20% da torcida, uma média de 17 mil mulheres, segundo a diretoria. Na Mancha Alviverde, do Palmeiras, cerca de mil meninas figuram no grupo. Já as da Independente, do São Paulo, chegam a 1.300 Dessas, 50 montaram uma ala própria, o Comando Feminino, presente em todos os jogos, "seja qual for o dia ou o horário", garante Marylia Osório.

Nem sempre o time está completo, mas sempre tem alguém para representar. Na partida contra o São Caetano, realizada numa quarta-feira à noite, lá foram seis para a Arena Barueri. E quem pode chega mais cedo na sede da organizada, frequentada pelas garotas três vezes por semana, em média.

O tempo dedicado ao time, porém, é integral. Nas três torcidas rivais, o consenso é unânime: não há vida social fora da organizada. "A gente larga tudo por um jogo. Os amigos não entendem", explica a palmeirense Paula Lacerda dos Santos, da Mancha.

A família também virou freguesa quando o assunto é torcer. Ano passado, o primeiro jogo do São Paulo no Campeonato Brasileiro foi no Dia das Mães. Mas algumas delas tiveram de acompanhar as filhas pela TV. "Minha mãe não queria que eu fosse. Saí de casa chorando, mas fui e a Globo me filmou direto durante a partida", recorda Marylia.

Em alguns casos, o motivo é financeiro. "Deixamos de sair para balada para guardar dinheiro e ir aos jogos", afirma Aline Rocha de Souza da Independente.

Única corintiana numa família palmeirense, Mayle Petrone Ferraz também é a única a ser de organizada. Tristeza para o avô Osvaldo Petrone, que foi goleiro alviverde nos anos 40. "Ele quase enfartou quando entrei na Gaviões", comenta.

Assim como os homens, elas também carregam o símbolo do time ou da torcida no corpo. A corintiana Andreza disse para mãe que iria tatuar o nome da filha, mas voltou com a marca da Gaviões nas costas. Agora, quer fazer todos os símbolos que a equipe do Parque São Jorge já usou em sua história. A mesma vontade tem Laís Sodré Fernandes da Silva, que já coleciona duas tatuagens: uma escrito Palmeiras nas costas e a outra, Família Mancha Alviverde no pulso.

Ao contrário do que possa se imaginar, elas são vaidosas. Mas com limites. As da Independente passam lápis nos olhos, mas odeiam salto alto. As da Mancha chegam a se maquiar com sombra verde e aproveitam o intervalo dos jogos para ir ao banheiro ajeitar o visual, "mas só quando chove e desarruma o cabelo", pondera Laís.

Para Roberta Quaglio, na Mancha desde 1998, tais atitudes indicam uma nova geração bem diferente da qual fez parte. Como pioneira na torcida e uma das poucas a ter o privilégio de tocar na bateria, ela teme que o aumento de mulheres nas arquibancadas seja passageiro e alerta para que todas as novatas venham com um único objetivo: torcer e apoiar o time, no caso, o Palmeiras. "A torcida tem regras e você tem de se submeter a elas", avisa. Uma delas veta qualquer relacionamento com pessoas de outras organizadas. Na Gaviões, as meninas são mais rígidas: só namoram corintianos.

RITUAIS
A primeira caravana ninguém esquece. Pelo menos, as meninas do Comando Feminino, que realizam um batizado com as novatas. O de Gabriela Stefani Silva de Oliveira foi na ida à Vila Belmiro, quando teve de ficar no banheiro do ônibus pulando e cantando com mais duas meninas. "Quando a gente parava de cantar, os outros jogavam água", diz.

O "ritual" da Gaviões é mais tranquilo. Na verdade, é mais um costume das meninas, que só entram no estádio depois de 15 minutos do início do jogo. A mania sem explicação é levada a sério. "A gente perde de ver o gol, mas não entra antes", garante Andreza.

VIOLÊNCIA
Mesmo num ambiente marcado por brigas entre torcidas rivais, ou no mínimo sob constante risco de violência, a maioria das garotas afirma nunca ter se envolvido em confusão. Pelo contrário, na presença delas, os homens reforçam a escolta, de acordo com Mayle.

Há situações, porém, inevitáveis, como relatou Andreza. Grávida de sete meses, ela foi atingida por gás de pimenta durante o histórico confronto com a Polícia Militar em 2006, no jogo em que o Corinthians foi eliminado da Copa Libertadores pelo River Plate, no Pacaembu. "Mas foi a única vez que tive problemas", afirma.

A rivalidade entre as organizadas, no entanto, não diferencia gêneros. Se uma garota da Independente encontra um rapaz da Gaviões ou da Mancha disposto a brigar, não há cavalheirismo. Mais um motivo para as garotas se prevenirem. Em dias de jogo, as mulheres do Comando Feminino verificam a tabela do campeonato antes de pôr a "farda": camiseta da torcida tricolor. Em clássicos, só se trocam na sede.

TRAJETÓRIA
Apesar do espaço conquistado entre os homens nas arquibancadas, as mulheres ainda estão longe de competir com eles em termos de número e poder de decisão. Na arquibancada, a participação feminina se limita a acompanhar o grupo, seguindo o ritmo ditado pela bateria. Já no setor administrativo, a presença é nula. Os cargos de diretoria continuam sob responsabilidade dos homens, realidade que não mudará, segundo a diretoria da Mancha Alviverde. A torcedora Roberta concorda com a ideia e não vê problemas nisso. "A organizada é um espaço deles. Ninguém te obriga, você é quem escolhe seguir. Se entrou, tem de contribuir e aceitar os limites", diz.

No entanto, a entrada de meninas é bem vinda, até pela mudança de imagem que elas provocam na mídia. "Quando você vê uma mulher ou criança no estádio, tem a sensação de tranquilidade. Isso minimiza a associação da torcida com violência", explica Roberta.

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100221/not_imp514019,0.php

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Elitização do Futebol


A geral do Maracanã, como em outros estádios brasileiros, fazia parte do folclore do futebol. Tudo lá era permitido, menos assistir aos jogos sentado. O mais democrático dos setores de um campo de jogo ficou na história e na memória de cronistas esportivos para dar espaço à modernização das cadeiras numerada nas "arenas", uma antítese da geral, dos geraldinos e do torcer em pé.

No inevitável processo de transformação do futebol em negócio, há um ponto que ainda nem sequer está sendo discutido no Brasil: o que será da massa torcedora no país do futebol?

Nos belos projetos de construção de modernos estádios e de reforma dos já existentes, e para atender às exigências da Fifa, só se fala em assentos para todos, estacionamentos próximos a esses assentos, o fim dos espaços para a torcida em pé, em conforto, boa comida, ar condicionado etc.

Nada contra, é claro.

Mas é óbvio que se cobrará mais caro pelo ingresso e é aí que num país pobre como o nosso a coisa se complica. Estará o torcedor menos favorecido condenado a ver futebol na TV aberta?

Pior: também parece inexorável que cada vez mais as TVs fechadas e o sistema de pagar-para-ver tomarão conta das transmissões e a um preço que o torcedor pobre também não poderá pagar. A paixão será mantida pelo rádio?

É sabido, por outro lado, que um dos meios para se diminuir a violência na Inglaterra foi justamente o de aumentar o preço dos ingressos, o que afastou os filhos do operariado dos estádios.

Estará o futebol em vias de se transformar no que a NBA fez com o basquete norte-americano?

Basta ir ao Madison Square Garden, em Nova York, para constatar que os habitantes do Harlen não passam nem na porta do ginásio onde o NY Knicks joga.

Pode ser um problema sem solução, mas é um grande problema. A tendência é mesmo a de transformar os estádios em estúdios, calorosos, coloridos, com gente bonita e famosa, mas, e o povo? A elite brasileira será suficiente para alimentar a paixão pelo futebol?

Eis aí uma questão que deveria estar preocupando os marquetólogos. Porque o Maracanã sem a geral em pé tende a elitizar a torcida de maneira perigosa.

Sem se dizer que, como já disse o professor Belluzzo, responsável pela aproximação entre o Palmeiras e a Parmalat em 1992, nosso futebol, em fase de mudança, está sendo vítima de um fenômeno semelhante ao que se dá na Rússia em sua transição para o capitalismo, dominada pela máfia.

E a máfia só se preocupa com seus lucros, seja como for.

(Publicado no "Lance!" de 23/02/2000)
Por Juca Kfouri às 00h03


Postado por wawa às 05:05