terça-feira, 30 de março de 2010

Como a CBF, a FPF tem seu "Rei"


O presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, foi reeleito nesta segunda-feira para mais quatro anos de mandato à frente da entidade responsável pela organização do futebol no estado de São Paulo, em eleição realizada na sede da entidade.

A escolha aconteceu após o presidente do Bragantino, Marco Antônio Nassif Abi Chedid, sugerir a todos os dirigentes de clubes presentes que indicassem, por unanimidade, a reeleição de Marco Polo. De todos os clubes das Séries A1 e A2 do Campeonato Paulista, apenas o São Paulo não esteve representado por ninguém.

- Eu senti falta do São Paulo. É um grande clube e, por sua importância, era necessária a sua presença aqui - disse Del Nero.

Já o presidente santista, Luis Álvaro Ribeiro, enalteceu a gestão de Marco Polo no comando da FPF.

- O Santos está muito feliz com a reeleição do Marco Polo Del Nero, pois o Campeonato Paulista é um exemplo de organização e de qualidade - afirmou o mandatário.

Entre os presentes, também estava o ex-dirigente do Flamengo, Kléber Leite, candidato da oposição para a presidência do Clubes dos 13 e que tem apoio de Marco Polo para o cargo.

Apesar dos elogios à organização do futebol paulista, Marco Polo Del Nero, que está desde 2003 no cargo, já teve problemas sérios envolvendo a entidade. Por dois anos seguidos (2009 e 2010), o Ministério Público vetou os estádios do Campeonato Paulista a pouco tempo para o início da competição, além de conflitos com clubes por horário de jogos e a fórmula de disputa do Paulistão, que atrai pouco público aos estádios.

Apesar de lamentar o cumprimento da corrupção e favoráveis interesses de todos os cartolas do futebol paulista, permite se louvar a atitude da diretoria são paulina, de não compactuar com o assassinato dos valores morais e éticos no futebol.


segunda-feira, 29 de março de 2010

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indicados a amantes de torcidas organizadas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Assembléia Legislativa





















24/03/2010 21h38
Audiência pública discute mudança de horário dos jogos de futebol
Maior desafio é unir diferentes interesses dos clubes, das televisões, dos patrocinadores e dos torcedores, afirma deputado
Da redação - Mariza Pauliceck e Daniel Blake





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Uma audiência pública promovida pela Comissão de Esportes e Turismo da Assembleia de São Paulo debateu, nesta quarta-feira, 24/3, medidas que disciplinam o horário das partidas oficiais de futebol e de identificação de torcedores, de que tratam os projetos de lei 106/2010, de Donisete Braga (PT), 172/2010, de Jorge Caruso (PMDB), 177/2010, de Enio Tatto (PT) e 178/2010, de Rafael Silva (PDT), que tramitam na Casa.

Audiência pública discute mudança de horário dos jogos de futebol

Compuseram a mesa dos trabalhos o presidente da comissão, deputado Vicente Cândido (PT), o secretário municipal de Esportes e Turismo, Walter Feldman; o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero; o diretor-geral da Globo Esportes, Marcelo de Campos Pinto; o diretor de planejamento do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Juca Silveira; o mediador das torcidas organizadas, Danilo Zamboni; e os deputados: Rafael Silva (PDT), Donisete Braga (PT), Enio Tatto (PT), Conte Lopes (PTB), Hélio Nishimoto (PSDB), Chico Sardelli (PV), Gilson de Souza (DEM), Luciano Batista (PSB), Pedro Bigardi (PCdoB), Marcos Martins (PT) e Jorge Caruso (PMDB).
Jorge Caruso informou que "devido ao início dos campeonatos brasileiro e paulista, toda legislação aprovada só deve entrar em vigor no próximo ano". Rafael Silva afirmou que a população deve estar sempre em primeiro lugar e que o tempo máximo para o término das partidas de futebol deve ser às 23h. Com relação aos quatro projetos apresentados, Silva defende sua junção em uma única proposta que conjugue todos os temas. Para Donisete Braga, o maior desafio está em unir os diferentes interesses dos clubes, das televisões, dos patrocinadores e dos torcedores. Braga entende que a obrigatoriedade do monitoramento dos estádios e a captação da imagem do torcedor na compra dos ingressos são indispensáveis.
Contrariamente à mudança dos horários das partidas, argumentou Marcelo de Campos Pinto, da Rede Globo, que alegou três fatores, segundo ele, desfavoráveis à alteração: atração de menor público no horário das 21h e, consequentemente, menor renda e desinteresse dos patrocinadores; diferentes fusos horários do Brasil e dos outros países que integram a Conmebol (confederação que comanda o futebol na América do Sul); e a questão tecnológica, pois não há satélites suficientes para transmitir mais de cinco ou seis jogos simultaneamente. De acordo com o diretor, é imposível transpor esses obstáculos para que haja uma alteração nos horários das partidas.
De acordo com Marco Polo Del Nero, os patrocinadores são indispensáveis aos times de futebol, citando como exemplo o trabalho que fizera com a Rede Globo e que viabilizou a transmissão de todos os jogos em diferentes horários. "O Corinthians acabou de fechar um contrato de patrocínio no valor de R$ 38 milhões, conquistado pela grande visibilidade que a televisão proporcionou", afirmou.

O torcedor

Para Enio Tatto, as colocações contrárias à mudança não passam de falácias. A preocupação é sempre com clubes, contratos e televisão, nunca com o torcedor, o que, na opinião do deputado, deve ser a prioridade. "A população deve ser ouvida e, para o conforto do torcedor, é preciso simplesmente consenso entre as partes".
Juca Silveira afirmou que a preocupação não se limita apenas ao horário dos jogos, mas abrange o trânsito, a segurança e o transporte, e que a solução ideal passaria por uma convergência de todos esses fatores.
Defendendo a posição de que os horários das partidas devem ser alterados, Wanderlei Nogueira citou os horários dos jogos na Colômbia, que ocorrem às 20h; na Bolívia, às 21h; e no México, às 19h. Questionou porque somente no Brasil as partidas ocorrem às 21h45 acarretando, segundo ele, grandes problemas aos torcedores. Considerou que a FPF não está muito preocupada com o assunto, por iniciar seu horário de expediente às 13h. Quanto aos projetos em debate, disse que irá analisá-los para que possa opinar de maneira correta a respeito de cada medida proposta. Entretanto, é possível verificar que as matérias tentam corrigir uma distorção existente. "Palavras elegantes foram ouvidas como ameaças e terrorismos, cidadania se faz com sentimento e não com números", afirmou o jornalista, que apelou aos deputados para que ouçam a população e transfiram a realização dos jogos para horário mais cedo.
O secretário Walter Feldman justificou um possível veto do prefeito Gilberto Kassab ao projeto aprovado pela Câmara Municipal, que altera o horário de realização das partidas de futebol em São Paulo. Feldman lembrou o interesse das administrações públicas em beneficiar a população em qualquer circunstância, e disse acreditar que "essa briga por 15 minutos" deva ter soluções positivas. "É preciso flexibilidade para uma solução adequada", afirmou o secretário.
O deputado Luciano Batista (PSB) considera o assunto extremamente delicado, que esconde uma "disputa por poder". Para o deputado, uma decisão importante implica mais estudos sobre o tema, e também a manifestação de especialistas no esporte.
O deputado Conte Lopes afirmou que a lei sem força é palavra vã, e que a argumentação que ouviu de todas as partes envolvidas é muito sólida. Ele defendeu ampla discussão sobre o assunto.
Representantes das torcidas organizadas dos principais clubes do Estado ocuparam o microfone e unanimemente pediram a antecipação do horário dos jogos oficiais, medidas que melhorem condições de higiene nos estádios e transportes públicos adequados aos torcedores. Não houve entre os representantes das torcidas qualquer divergência quanto às mudanças apresentadas pelos projetos.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Gatas



Cada vez mais as mulheres conquistam seu espaço nas arquibancadas e dão colorido especial ao futebol.
A voz fininha é abafada pelo coro da maioria. O uniforme, mesmo adaptado, também se mistura ao do restante. Mesmo assim, elas se destacam. Em busca de um lugar cativo na arquibancada, cada vez mais mulheres se filiam a torOcidas organizadas e não perdem uma partida. O número de sócias tem crescido e elas já conquistam o respeito dos demais associados. Bem diferente de dez anos atrás, quando Andreza Lima entrou na Gaviões da Fiel, do Corinthians. "Tive represálias na própria torcida, que era muito machista. Hoje existe um espaço para as mulheres", compara.

Na Gaviões elas representam até 20% da torcida, uma média de 17 mil mulheres, segundo a diretoria. Na Mancha Alviverde, do Palmeiras, cerca de mil meninas figuram no grupo. Já as da Independente, do São Paulo, chegam a 1.300 Dessas, 50 montaram uma ala própria, o Comando Feminino, presente em todos os jogos, "seja qual for o dia ou o horário", garante Marylia Osório.

Nem sempre o time está completo, mas sempre tem alguém para representar. Na partida contra o São Caetano, realizada numa quarta-feira à noite, lá foram seis para a Arena Barueri. E quem pode chega mais cedo na sede da organizada, frequentada pelas garotas três vezes por semana, em média.

O tempo dedicado ao time, porém, é integral. Nas três torcidas rivais, o consenso é unânime: não há vida social fora da organizada. "A gente larga tudo por um jogo. Os amigos não entendem", explica a palmeirense Paula Lacerda dos Santos, da Mancha.

A família também virou freguesa quando o assunto é torcer. Ano passado, o primeiro jogo do São Paulo no Campeonato Brasileiro foi no Dia das Mães. Mas algumas delas tiveram de acompanhar as filhas pela TV. "Minha mãe não queria que eu fosse. Saí de casa chorando, mas fui e a Globo me filmou direto durante a partida", recorda Marylia.

Em alguns casos, o motivo é financeiro. "Deixamos de sair para balada para guardar dinheiro e ir aos jogos", afirma Aline Rocha de Souza da Independente.

Única corintiana numa família palmeirense, Mayle Petrone Ferraz também é a única a ser de organizada. Tristeza para o avô Osvaldo Petrone, que foi goleiro alviverde nos anos 40. "Ele quase enfartou quando entrei na Gaviões", comenta.

Assim como os homens, elas também carregam o símbolo do time ou da torcida no corpo. A corintiana Andreza disse para mãe que iria tatuar o nome da filha, mas voltou com a marca da Gaviões nas costas. Agora, quer fazer todos os símbolos que a equipe do Parque São Jorge já usou em sua história. A mesma vontade tem Laís Sodré Fernandes da Silva, que já coleciona duas tatuagens: uma escrito Palmeiras nas costas e a outra, Família Mancha Alviverde no pulso.

Ao contrário do que possa se imaginar, elas são vaidosas. Mas com limites. As da Independente passam lápis nos olhos, mas odeiam salto alto. As da Mancha chegam a se maquiar com sombra verde e aproveitam o intervalo dos jogos para ir ao banheiro ajeitar o visual, "mas só quando chove e desarruma o cabelo", pondera Laís.

Para Roberta Quaglio, na Mancha desde 1998, tais atitudes indicam uma nova geração bem diferente da qual fez parte. Como pioneira na torcida e uma das poucas a ter o privilégio de tocar na bateria, ela teme que o aumento de mulheres nas arquibancadas seja passageiro e alerta para que todas as novatas venham com um único objetivo: torcer e apoiar o time, no caso, o Palmeiras. "A torcida tem regras e você tem de se submeter a elas", avisa. Uma delas veta qualquer relacionamento com pessoas de outras organizadas. Na Gaviões, as meninas são mais rígidas: só namoram corintianos.

RITUAIS
A primeira caravana ninguém esquece. Pelo menos, as meninas do Comando Feminino, que realizam um batizado com as novatas. O de Gabriela Stefani Silva de Oliveira foi na ida à Vila Belmiro, quando teve de ficar no banheiro do ônibus pulando e cantando com mais duas meninas. "Quando a gente parava de cantar, os outros jogavam água", diz.

O "ritual" da Gaviões é mais tranquilo. Na verdade, é mais um costume das meninas, que só entram no estádio depois de 15 minutos do início do jogo. A mania sem explicação é levada a sério. "A gente perde de ver o gol, mas não entra antes", garante Andreza.

VIOLÊNCIA
Mesmo num ambiente marcado por brigas entre torcidas rivais, ou no mínimo sob constante risco de violência, a maioria das garotas afirma nunca ter se envolvido em confusão. Pelo contrário, na presença delas, os homens reforçam a escolta, de acordo com Mayle.

Há situações, porém, inevitáveis, como relatou Andreza. Grávida de sete meses, ela foi atingida por gás de pimenta durante o histórico confronto com a Polícia Militar em 2006, no jogo em que o Corinthians foi eliminado da Copa Libertadores pelo River Plate, no Pacaembu. "Mas foi a única vez que tive problemas", afirma.

A rivalidade entre as organizadas, no entanto, não diferencia gêneros. Se uma garota da Independente encontra um rapaz da Gaviões ou da Mancha disposto a brigar, não há cavalheirismo. Mais um motivo para as garotas se prevenirem. Em dias de jogo, as mulheres do Comando Feminino verificam a tabela do campeonato antes de pôr a "farda": camiseta da torcida tricolor. Em clássicos, só se trocam na sede.

TRAJETÓRIA
Apesar do espaço conquistado entre os homens nas arquibancadas, as mulheres ainda estão longe de competir com eles em termos de número e poder de decisão. Na arquibancada, a participação feminina se limita a acompanhar o grupo, seguindo o ritmo ditado pela bateria. Já no setor administrativo, a presença é nula. Os cargos de diretoria continuam sob responsabilidade dos homens, realidade que não mudará, segundo a diretoria da Mancha Alviverde. A torcedora Roberta concorda com a ideia e não vê problemas nisso. "A organizada é um espaço deles. Ninguém te obriga, você é quem escolhe seguir. Se entrou, tem de contribuir e aceitar os limites", diz.

No entanto, a entrada de meninas é bem vinda, até pela mudança de imagem que elas provocam na mídia. "Quando você vê uma mulher ou criança no estádio, tem a sensação de tranquilidade. Isso minimiza a associação da torcida com violência", explica Roberta.

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100221/not_imp514019,0.php